terça-feira, 21 de maio de 2013

Embalados à vácuo?!

Outro dia estávamos falando de teorias críticas de currículo e alguém (é claro que foi ela) começou a falar sobre bolo. Isso mesmo, BOLO, aquele fofinho e doce que a gente come com café. No contexto das teorias críticas, você não percebe que tem TUDO A VER??

E então veio uma reflexão profunda sobre bolos industrializados, bolos que perderam a humanidade! Bolos que perderam a magia de serem carinhosamente preparados pra visita da tarde...
Até as vovós perderam a vez do bolo!

E é claro que estendemos essas discussões para o currículo (senão seríamos apenas alguns malucos falando coisas desconexas). Surge então o ponto: assim como o bolo, que hoje não é mais feito com amor pela vovó, o currículo corre o risco de ser "industrializado", embalado à vacuo. Isso quer dizer que a humanidade do currículo, no bojo do neoliberalismo, é deixada de lado. O SUJEITO dá lugar à META, à produção em massa, à formatação universal.

Vítima dessa visão globalizada, o currículo não é feito para os sujeitos, mas para atingir objetivos educacionais pré-definidos. Perde-se a criticidade, a mediação, a reflexão da práxis...

As teorias críticas aparecem, então, como um contraponto necessário. Vamos pensar QUEM, e não "o quê" ou "para quê". A educação não é neutra, é política, não pode ser homogeneizada - o currículo pensa os sujeitos e suas DESIGUALDADES. Nessa tendência, ele visa desenvolver a criticidade do indivíduo e considerar suas condições sociais, históricas e culturais.

Esse currículo é o bolo da vovó!


Não podemos engolir essa ideia de que o currículo é uma receitinha para alcançar as metas. Vamos mesmo continuar consumindo esse conceito embalado à vácuo?

( Pra quem ficou a fim, a receita do bolo de cenoura tá aqui, ó! )

Um comentário:

  1. Você refletiu de maneira muito responsável e densa a questão do currículo e o risco de sua pasteurização e então, o fim mesmo do bolo da Vovó. Interessante!

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