quinta-feira, 4 de julho de 2013

Despedidas...

E esse foi um semestre muito produtivo! Poder trocar ideias e compartilhar nossas reflexões através do blog foi uma ótima experiência.

Durante a disciplina pudemos repensar nossas concepções de currículo e, mais do que isso, repensar nossas concepções do que é ENSINAR, do real papel do professor e da importância de definirmos nosso POSICIONAMENTO frente ao que nos é apresentado na escola e na sociedade.

A mudança começa quando refletimos sobre nossa prática. Enxergar que precisamos de constante transformação (de milho para pipoca!) é o primeiro passo. Depois, devemos lutar por currículos mais coerentes, que tenham o aluno como centro de toda prática... se decidirmos que queremos ser professores "libertadores", que proporcionam ao estudante conhecimento, valores e autonomia, não será difícil contaminar nossos colegas... quem sabe assim não se inicia uma revolução na educação que temos hoje?

Vendo-me agora como aprendiz, creio que participei da disciplina de forma muito satisfatória. É claro que, diferente da maioria de meus colegas, não tenho uma trajetória de experiências para compartilhar, mas ainda assim expus minhas opiniões acerca da educação a partir do que vivenciei brevemente como docente e, principalmente, do que presenciei como estudante.

Espero que as postagens desse blog tenham contribuído, mesmo que só um pouquinho, para uma reflexão maior que busca sempre melhorar, crescer e transformar!

Nos vemos por aí!

Camila.

Avaliação e Currículo

Entender que a avaliação é um processo complexo, que não se limita a testes e números, é o primeiro passo. Depois disso é ainda necessário compreender que avaliação e currículo devem estar intimamente ligados, em sintonia, desejando os mesmos resultados.

O professor que planeja o processo de avaliação em coerência com os objetivos curriculares preocupa-se em acompanhar a aprendizagem do aluno dia a dia, conhecendo suas dificuldades, apresentando-lhe desafios. As provas e as notas servirão apenas como instrumentos da avaliação maior.

Quando avaliação e currículo comunicam-se, o aprendizado do aluno é o centro da práxis docente.

Cultura, Currículo e Sociedade [Fichamento]

As considerações a respeito dessa obra de Antônio Flávio B. Moreira e Tomaz Tadeu da Silva podem ser acessadas aqui.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A Escola e a criatividade infantil



"Quando você trata a criança como sujeito que pensa, que sente, que cria, ela se sente autorizada a criar"

Currículo, Trabalho e Conhecimento


Na sociedade atual é cada vez mais comum ouvirmos discussões acaloradas que colocam em voga a relação da educação com o trabalho. Entendo que o movimento natural da escola, nesse contexto neoliberal em que vive, é ser influenciada a ponto de trilhar caminhos que façam da educação um processo repleto de metas, estatísticas e índices de qualidade...

... entretanto, não vejo esse caminho como o melhor a ser trilhado. A educação que prepara para o trabalho coloca de lado o indivíduo e tira dele a autonomia no processo. Ela busca atingir metas que mostrem ao mundo exterior o quão boa esta ou aquela escola é, mas isso não leva em conta um aprendizado realmente significativo.
Além disso, o objetivo do ato de educar se perde, se desvia. Não se busca mais o conhecimento, a compreensão do mundo, o saber autônomo; a busca é por números satisfatórios naqueles índices que determinam qualidade. E ensinar, então, se limita a preparar os alunos para um bom desempenho nos exames avaliativos. Vamos gerenciar o ensino para atingir a qualidade total!

A educação para o trabalho é um erro. Uma fantasia sem final feliz.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Parem de preparar para o trabalho!

Vitor Henrique Paro apresenta um texto que discute os efeitos do Neoliberalismo na escola básica.

O fichamento completo pode ser acessado aqui.


terça-feira, 21 de maio de 2013

Embalados à vácuo?!

Outro dia estávamos falando de teorias críticas de currículo e alguém (é claro que foi ela) começou a falar sobre bolo. Isso mesmo, BOLO, aquele fofinho e doce que a gente come com café. No contexto das teorias críticas, você não percebe que tem TUDO A VER??

E então veio uma reflexão profunda sobre bolos industrializados, bolos que perderam a humanidade! Bolos que perderam a magia de serem carinhosamente preparados pra visita da tarde...
Até as vovós perderam a vez do bolo!

E é claro que estendemos essas discussões para o currículo (senão seríamos apenas alguns malucos falando coisas desconexas). Surge então o ponto: assim como o bolo, que hoje não é mais feito com amor pela vovó, o currículo corre o risco de ser "industrializado", embalado à vacuo. Isso quer dizer que a humanidade do currículo, no bojo do neoliberalismo, é deixada de lado. O SUJEITO dá lugar à META, à produção em massa, à formatação universal.

Vítima dessa visão globalizada, o currículo não é feito para os sujeitos, mas para atingir objetivos educacionais pré-definidos. Perde-se a criticidade, a mediação, a reflexão da práxis...

As teorias críticas aparecem, então, como um contraponto necessário. Vamos pensar QUEM, e não "o quê" ou "para quê". A educação não é neutra, é política, não pode ser homogeneizada - o currículo pensa os sujeitos e suas DESIGUALDADES. Nessa tendência, ele visa desenvolver a criticidade do indivíduo e considerar suas condições sociais, históricas e culturais.

Esse currículo é o bolo da vovó!


Não podemos engolir essa ideia de que o currículo é uma receitinha para alcançar as metas. Vamos mesmo continuar consumindo esse conceito embalado à vácuo?

( Pra quem ficou a fim, a receita do bolo de cenoura tá aqui, ó! )

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Uma obra de arte e reflexão...

Depois de muita discussão sobre as pontes entre o texto de Rubem Alves e o Currículo, colocamos no papel nossas ideias. Todas elas foram reunidas num desenho, criado pela nossa colega Glenia Medeiros.

Olha só que gracinha =D


terça-feira, 7 de maio de 2013

Ideias Freireanas

 Após a leitura de "Pedagogia da Autonomia", muitas ideias relativas à uma educação "libertadora" se tornaram mais claras e palpáveis. Em aula, as discussões foram ainda mais esclarecedoras.
Arrisco-me então a falar dessas ideias freireanas do que é o educar.

Enquanto docentes, devemos pensar nossa prática não como transmissora de conteúdos, mas como um ato de mediação, uma tentativa de estabelecer conexões entre o educando e o conhecimento. Para tal, é necessário uma reflexão intensa sobre o significado do "educar". Se vamos nos despir do autoritarismo, deixar de lado a atmosfera do domínio (seja do saber, seja dos próprios alunos), devemos refletir sobre o que, então, nos tornaremos. E na decisão de uma mudança, nos tornamos uma ponte entre o aluno e o saber, orientando caminhos, despertando no indivíduo a curiosidade [epistemológica]. Trocamos o autoritarismo pela autoridade - valorizamos o aluno e o que ele traz como bagagem.

O educar, nesse viés, se modifica: o ato se traduz em um diálogo que permeia a construção do conhecimento e que também transmite valores e ideais. O docente se preocupa também em formar seu alunos sujeitos críticos, aptos para tomar decisões conscientes em seu meio social.

Em suma: o docente que reflete sobre seu próprio papel, que transforma sua prática (modificando a práxis), visa fazer de seu educandos sujeitos autônomos. A autonomia do educando não provém unicamente das escolhas dele mesmo, mas de uma decisão do professor de fazer da sua prática pedagógica um ato responsável, político, libertador.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Uma leitura de Freire

Após a leitura de uma obra de Paulo Freire, realizamos um fichamento a fim de organizar as ideias e descrever as impressões acerca do texto.

O livro foi "Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa", e os detalhes do fichamento podem ser acessados aqui.

Me movo como educador porque, primeiro, me movo como gente. (FREIRE, 1996, p. 58)


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Pipocando ideias


"Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível."
 Rubem Alves


Em suas reflexões sobre a pipoca e seu significado filosófico, Rubem Alves compara o nascer de um pensamento ao estouro do milho - quando nos damos conta, já está ali, pronto para ser saboreado. É repentino.
Nossa mente é como uma panela cheia de milhos esperando a hora de pipocar. E com a temperatura certa, uma ideia pipoca aqui, outra acolá... nossos pensamentos brotam como pipoca quente da panela, basta que deixemos acontecer.

Além dos pensamentos que são como pipoca, nossas próprias vidas são como os milhos que aguardam pelo estouro. A lição que o poeta deixa é que sempre podemos ser diferentes do que já somos. Podemos ser mais, melhor. Podemos nos transformar como o milho que vira pipoca. E o fogo que nos transforma pode ser uma dificuldade da vida, um desapego, uma desilusão... mas também pode ser uma decisão.
Se entendo que sou milho, porque não vou me deixar virar pipoca?

Por que continuar presos a concepções antigas e a um personagem que não faz suas ideias acontecerem se sabemos que mudar é (sempre) possível?

Por mais experiência e por mais conteúdo teórico que tenhamos, mudar o ponto de vista é positivo e traz crescimento. Principalmente quando nos deparamos com concepções que não tem uma definição única, que exigem de nós flexibilidade para aceitar a diversidade.

Abrir nossa mente para novas visões é um caminho para a transformação. 
Faz o milho virar pipoca!

Baseado no texto "A Pipoca", de Rubem Alves.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Mesmo quando ainda são 8 da manhã, a inspiração já se mostra:

"Vamos tirar as lentes da ideologia para ler esse texto [a escola]..."

STANO, R.

(Conheça mais criações poéticas da autora aqui)

Perguntas


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Apontamentos

       Em nosso último encontro, participamos de discussões muito produtivas, conduzidas por colegas que realizaram outras leituras sobre Currículo.
       Esse pessoal tem postagens interessantes sobre os textos! Confira aqui as reflexões sobre o currículo polissêmico e aqui o debate sobre o "mito do bom selvagem"...

       Pautados na mensagem central do vídeo assistido (disponível no post anterior), entendemos que a chave para a compreensão do que é, de fato, o currículo (se é que há uma chave...), reside na sua polissemia, seus múltiplos sentidos, sua relação intensa com o que é vivencial e cultural. Desse modo, não há uma única compreensão ou um conceito consensual.
       É preciso conhecer a variedade de sentidos que o currículo incorpora para nos aproximarmos do seu significado. É preciso considerar as contradições que o cercam e o formam.
       O movimento dialético do currículo traz o individual e o coletivo, a teoria e a prática, o permanente e o provisório para travar uma conversa. As antíteses nos são apresentadas como parte da resolução desse quebra-cabeça e não podemos, ingenuamente, escolher "ficar de um lado" ou de outro. Ficamos com os dois lados, olhamos para ambos com o mesmo cuidado e a mesma atenção.

       O currículo é uma rede de contrapontos que se complementam para formar um todo. Será que somos capazes de reconhecer o todo, se as muitas (e complexas) partes ainda nos são um mistério?

As histórias únicas - sintetizando...

A leitura do primeiro capítulo do livro "O Currículo - reflexões sobre a prática", de J. Gimeno Sacristán, levantou facetas diversas sobre o entendimento do que é o Currículo.
Quando conectamos tal conteúdo com o vídeo de Chimamanda Adichie (que segue neste post), produzimos uma síntese das ideias que nos vieram à mente.

O conceito de currículo é algo realmente muito difícil de ser definido devido às diversas vertentes a que ele se destina no âmbito educacional, social, econômico e político. No entanto, essas vertentes são desconhecidas no que diz respeito à ideia que a grande maioria das pessoas fazem sobre o currículo. O entendimento popular de currículo é de que ele representa uma simples organização de atividades e conteúdos escolares, um conjunto de experiências a serem vividas pelos alunos e um conjunto de obrigações da escola para proporcionar essas experiências a esses alunos, enfim, se limitam a um entendimento técnico sobre o significado de currículo, isso ocorre porque as pessoas que pensam dessa forma não têm conhecimento sobre as diversas áreas em que o currículo está interligado e que dão origem aos seus significados. Essa falta de conhecimento sobre o papel do currículo caracteriza o que podemos chamar de “história única”, porque uma ideia sem o real conhecimento dos fundamentos da mesma acabam gerando estereótipos que implícita a verdadeira essência dessa ideia. 

O currículo se revela em atividades e obtém significados a partir delas. Atividades essas que derivam de tradições, valores, crenças enfim provém da cultura e resiste a mudanças quando uma proposta metodológica alternativa pretende instalar-se em condições já dadas. Temas intimamente ligados a compreender o funcionamento da realidade são sugeridos pelo currículo.  Podemos afirmar que não existe processo de ensino aprendizagem sem conteúdos de cultura; o conteúdo cultural é a condição lógica do ensino.

O currículo se apresenta no ambiente escolar como um projeto cultural, social, politico e administrativo e este se torna realidade dentro das condições da escola e de como ela esta configurada.

Como podemos observar o currículo é algo acima de tudo cultural, e estar aberto apenas para essa cultura local nos impregna de “histórias únicas” sobre grupos, instituições, países, pessoas...

Acredito que o objetivo de todo profissional da educação é formar cidadãos críticos e se não nos libertarmos dessas histórias únicas, para então podermos reconquistar um paraíso as histórias só servirão para privar-nos de conhecer o outro e de aprender com o outro e nosso alvo dificilmente será alcançado.

Um professor que não esteja disposto a ouvir aquilo que o aluno tem a dizer sobre si mesmo muito provavelmente irá se orientar pela “história única” que ele conhece acerca desse aluno e, sem dúvida alguma, desprezará grande parte das experiências que tal indivíduo adquiriu ao longo de sua vida, e desprezar essas experiências é privar-se de conhecer o outro, de acessar o universo do outro, é privar-se de aprender com o outro.

 A realidade das práticas escolares é permeada de influências, como já afirmamos anteriormente. Podemos falar, ainda, da influência da academia na escola básica. Essa força do academicismo se refere, principalmente, à divisão do ensino em disciplinas específicas. Esse aspecto traz como orientação central ao currículo um apoio maior em CONTEÚDOS do que em aspectos PEDAGÓGICOS. Uma perspectiva dita experimental surge, então, colocando como alternativa (essencial) que o currículo ligue-se às EXPERIÊNCIAS DOS SUJEITOS, que recrie as culturas vivenciadas por professores e alunos e demais atores do meio escolar. “O importante do currículo é a experiência”, defendia Dewey (1967).

Outra vertente que trouxe influências ao modo de pensar o currículo vem de uma perspectiva mais tecnicista e burocrática. Nessa visão, o currículo é visto como uma responsabilidade profissional e, mais ainda, como um objeto de gestão. As dimensões culturais, sociais e históricas do currículo são deixadas de lado e a teoria curricular passa a ser um instrumento de racionalidade e melhoria de gestão.

Tyler e Johnson são dois autores que propõem uma teoria do currículo baseada em outros aspectos além dos técnicos. Para o primeiro, o currículo é composto das experiências de aprendizagem planejadas pela escola a fim de se alcançar certos objetivos educativos. Já o segundo defende que o currículo é o conjunto de objetivos que se quer alcançar – os meios de fazê-lo não são preocupações curriculares.

Fica claro que, assim como nas discussões anteriores, surgem diversas concepções de currículo ao longo de nossos estudos. A importância de conhecê-las e refletir sobre elas não está na intenção de eleger uma concepção vencedora, mas justamente no intuito de ampliar nossa visão sobre esse tema. O currículo, com seus sentidos múltiplos, tem histórias diversas. Não podemos nos prender a uma história única de currículo e deixar de lado as ideias distintas que se apresentam.

Importante concluir que, segundo o autor, o currículo deve vir como uma possibilidade de emancipar professores e alunos. Não se deve pensar em utilizar o currículo como uma forma de tolher professores e subjugar alunos, mas sim como um caminho emancipatório. Para que isso ocorra, ele deve ser entendido como uma práxis que, segundo Grundy (1987), reflete sobre si mesma, ocorre em condições concretas e não em hipóteses, que considera o social em que está imerso. É essencial que não nos prendamos a histórias únicas de currículos como objetos fechados, como organização de conteúdos, como normas e orientações deslocadas e frias. Há um alerta para que olhemos para essas histórias de currículos como práxis repletas de vivências e da cultura, como canais da reflexão dos professores e da comunicação entre ideias e valores dos sujeitos. Stenhouse (1980) defende que “um currículo, se é valioso, (...) proporciona um campo onde o professor pode desenvolver novas habilidades, relacionando-as com as concepções do conhecimento e da aprendizagem”. As teorias curriculares procuram explicar uma dupla dimensão: as relações do currículo com o exterior e o currículo como regulador do interior das instituições escolares (p. 53). Para tal, precisamos nos aventurar em outras perspectivas que não a dominante, que não a imposta. Precisamos buscar conhecer múltiplas histórias.




quinta-feira, 21 de março de 2013

O que dizer do Currículo?


Pensar o currículo é pensar num complexo de conhecimentos e experiências relativos à formação do sujeito.

Ele é documental, é vivido, é oculto. Só pode ser compreendido (mas nunca totalmente) em suas dimensões várias: o currículo exige um posicionamento - é político -, é fruto da cultura e da história, é epistêmico.

Na busca de explicar o real, de construir valores e significados, ele caminha, 'errante' que é, na direção do CONHECER.

Há quem pense que o currículo é essa figura formal e previsível, um arquivo de conteúdos. Todavia, deve-se saber que ele não se faz apenas de formalidades... em suas facetas, está presente em tudo o que acontece no seio da escola, nos professores e nos alunos. Ele é prática e reflexão. Práxis.

E como práxis, há de emergir um sujeito (ou muitos) que o faça.
E esses não o fazem como quem segue à risca um manual, mas são os que constroem atos curriculares, todos juntos. Não há criadores ou meros executores, mas sujeitos que conjuntamente realizam escolhas, vivenciam, organizam.

De fato, atuam.
E pensam esse currículo, que é uma longa (e sinuosa!) trajetória que conduz ao conhecimento da nossa intricada realidade.